Maria Pobre
Pobre Maria pobre, que junta latas nas esquinas vazias
lamentando o pouco que consegue com sofrimento
das mãos calejadas e antes finas e macias
e cujo valor se mede pelas unhas no comprimento.
Rica Maria rica, fora um dia nos textos dos livros da vida
a mais bela mulher da alta sociedade,
por muitos amigos, devido ao poder, muito querida,
conheceu e se alimentou da bajulação e da vaidade.
Nobre e rica, cedo conheceu o seu amado,
desestabilizou-se do seu eixo emocional,
viveu intenso “amor”, “amor” tão desesperado,
por homem que sempre lhe causava imponente mal.
Desiludida envolveu-se logo com as drogas,
que consumiram-na até a última esperança,
mesmo assim não desistia da impoluível toga
do orgulho, que arrebatou-lhe a alma de criança.
Pobre Maria pobre, terminou seus dias na miséria como cruz,
encontrou no arrependimento a morte como portal,
e em um abraço apertado a misericórdia de Jesus,
na plenitude da paz que envolve a alma, arrependida e imortal.
***
Autor Bessa de Carvalho
Publicado no Facebook em 17/10/2020
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